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domingo, 30 de março de 2014

Oposição consegue assinaturas para abrir CPI da Petrobras no Senado Senadores do PSB completaram mínimo de 27 apoiadores para instalação. Pedido diz que comissão vai investigar quatro negociações suspeitas.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) anunciou nesta quarta-feira (26) que o requerimento de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras já conta com assinaturas de 27 senadores, número mínimo exigido para a instalação do colegiado no Senado (veja a lista de assinantes ao final desta reportagem).
Para a CPI ser efetivamente criada, o requerimento precisa ser protocolado junto à Secretaria da Mesa do Senado. A partir daí, fica a cargo da Mesa Diretora, que é comandada por Renan Calheiros (PMDB-AL), determinar a instalação.
A CPI pretende investigar, entre outras supostas irregularidades, a compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), por US$ 1,18 bilhão. A oposição começou a coletar as assinaturas na tarde da última terça-feira (25) e anunciou ter alcançado o número mínimo após o líder do PSB, Rodrigo Rollemberg (DF), ter declarado apoio do partido.
Petrobras/Refinaria de Pasadena 26/3 (Foto: Arte/G1)
A bancada socialista conta com quatro senadores – Rollemberg, Antônio Carlos Valadares (SE), João Capiberibe (AP) e Lídice da Mata (BA). O partido chegou a reunir sua Executiva nacional na noite desta quarta para decidir se apoiavam ou não a CPI. Com os votos contrários de João Capiberibe e do governador Camilo Capiberibe, a cúpula resolveu aderir. A senadora Lídice da Mata, que estava em viagem à Bahia, remeteu a assinatura para Brasília.
O PSB desembarcou do governo federal no ano passado, após o presidente da sigla, governador de Pernambuco Eduardo Campos, ter sido lançado como possível candidato ao Palácio do Planalto das eleições de outubro.
A oposição conta ainda com a assinatura de Roberto Requião (PMDB-PR), que está no exterior e deve enviar o documento por fax, e de Wilder Morais (DEM-GO), que está de licença em Goiânia. Assim, Alvaro Dias contabiliza 29 nomes.
O número mínimo foi alcançado também por ajuda de parlamentares tidos como “independentes”, como Pedro Taques (PDT-MT) e Pedro Simon (PMDB-RS), e por apoio de dissidentes como Clésio Andrade (PMDB-MG) e Eduardo Amorim (PSC-SE).
Apesar de o requerimento tratar da criação de uma comissão exclusiva do Senado, Dias afirmou que a oposição continuará tentando emplacar um colegiado misto, com participação também da Câmara dos Deputados. Para isso, será necessário apoio de 171 deputados.
"Estamos protocolando o pedido de uma CPI exclusiva no Senado, mas sem prejuízo da comissão mista, que é prioridade para todos nós se a Câmara alcançar o quórum regimental de assinaturas para instalação dela”, declarou o tucano em plenário.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse que vai trabalhar para que senadores desistam de apoiar a CPI. Após a leitura do requerimento pela Mesa, o que não tem data definida para acontecer, os parlamentares têm até meia-noite do mesmo dia para retirarem suas assinaturas.
"Tirar assinatura é uma vergonha", criticou o líder do PSDB, Aloysio Nunes (SP).
A senadora petista Gleisi Hoffmann (PR), ex-ministra da Casa Civil, discutiu em plenário com o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG). Ela questionou o tucano o motivo pelo qual o partido não quis aprofundar as investigações do caso Alstom, caso de suposta prática de cartel em licitações dos trens e do metrô de São Paulo durante administração tucana.
O mineiro ironizou e disse que poderia responder caso fosse parlamentar pelo estado de São Paulo. Gleisi retrucou: "Muito fraca sua resposta".

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