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domingo, 23 de março de 2014

DEU NO JORNAL DA BESTA FUBANA

CRIADO O AVISO PRÉVIO DE 6 ANOS

Josias de Souza
nncc
Como no caso do Ronaldo na final da Copa de 1998, o país jamais saberá o que realmente aconteceu com a supergerente Dilma Rousseff na reunião em que o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a compra da refinaria obsoleta de Pasadena, no Texas.
Os amigos deveriam ter convocado o doutor Lídio Toledo. Com  a experiência que tinha no caso anterior, o ex-médico da Seleção Brasileira talvez impedisse Dilma de entrar em campo ao perceber que, diante de um processo administrativo com centenas de páginas, ela tomaria sua decisão com base num reles “resumo executivo” do diretor Internacional Nestor Cerveró.
Há três dias, ao saber que o Estadão descobrira o vexame que ela dera no verão passado, Dilma divulgou uma nota atribuindo ao documento de Cerveró, “técnico e juridicamente falho”, o aval à aquisição do mico texano, em 2006. Dilma alega que só em 2008 soube que o documento omitia cláusulas tóxicas do contrato. Cláusulas que forçaram a Petrobras a enterrar US$ 1,2 bilhão na refinaria texana.
Nessa época, Dilma era presidente do conselho da Petrobras e chefe da Casa Civil de Lula. Com um peteleco, mandaria Nestor Cerveró para o olho da rua. Deu-se, porém, algo inusitado. Indicado pelo PT e avalizado pelo PMDB —ou vice-versa— Cerveró caiu para o alto. Migrou da diretoria Internacional da Petrobras para a diretoria Financeira da subsidiária BR Distribuidora em março de 2008. Em janeiro de 2011, Dilma foi à cadeira de Presidente da República. E nada.
Só nesta sexta-feira (21), com Dilma já pendurada nas manchetes como ex-Dilma, Nestor Cerveró foi exonerado pelo conselho de administração da distribuidora da Petrobras. O governo inventou uma excentricidade: o aviso prévio de seis anos. O que foi feito daquela Dilma eficiente e implacável? O Brasil nunca saberá.

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