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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

UM TEXTO DE ÊNIO LINS



Quem transita pela sempre congestionada via formada pelas avenidas Fernandes Lima e Durval de Góes Monteiro espera, com ansiedade, a implantação da faixa exclusiva para ônibus ao longo daquelas artérias.

Como já escrito antes, por muitos especialistas, o maior problema para o tráfego nas duas avenidas, especialmente na Fernandes Lima, é a incapacidade das ruas vicinais escoarem o grande volume de trânsito que precisa ser esvaído eficientemente da via principal.

Uma ideia tola vez por outra teima em dar o ar de sua graça: eliminação do canteiro central. Ora, se a principal causa do engarrafamento é a inoperância no escoamento do tráfego, o aumento do volume de veículos (pelo acréscimo de mais pistas) no mesmo perímetro já comprometido só vai tornar mais caótica a realidade do estrangulamento nos pontos de escoamento.

No tocante à eliminação do canteiro central, deve-se considerar a agressão ambiental e visual, pois sumiria a única coisa bonita na principal entrada de Maceió, onde se consolida um cenário arquitetônico de incrível feiura. Imaginem esse horizonte castrado da única faixa verde digna de nota na cidade alta.

Enfim, a grande esperança de ordenamento no trânsito naquela região continua depositada na (demoradíssima) obra de urbanização do Vale do Reginaldo, projeto que foi apresentado – pronto e acabado – em 1989, ainda na gestão Guilherme Palmeira, pai do atual prefeito (na época, um garoto de 12 anos). Apresentado pelo então responsável pelo planejamento urbano, o arquiteto e urbanista Marcos Vieira, a ideia causou sensação. Depois de 23 anos, apesar de todas as radicais alterações sofridas pela cidade, ainda é a proposição mais nova e mais completa para o enfrentamento do trânsito entre o platô e a planície de Maceió.

Oxalá possa essa obra rejuvenescedora vir a ser concluída antes de ultrapassar os umbrais antigamente determinados para as balzaquianas.

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