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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Alemanha vive 'boom' de megabordéis


Um grupo de homens vestido com roupões vermelhos e brancos caminha pela recepção. Inebriados pela fumaça dos cigarros, mulheres de salto alto e clientes conversam aos risos diante de um grande balcão de bar.
Essa atmosfera insólita faz parte do dia à dia do Paradise (ou "Paraíso", em tradução livre), um dos maiores bordéis da Europa, localizado em Stuttgart, na Alemanha.
Ali tudo o que é feito entre quatro paredes tem o amparo da lei.
Construído a um custo de mais de 6 milhões de euros (R$ 19,3 milhões) e inaugurado em 2008, o local é um verdadeiro complexo de entretenimento, que abrange um restaurante, um cinema, um spa e 31 quartos privados para centenas de frequentadores.
Paradise, mega-bordel na Alemanha | Crédito: BBC
Alemanha legalizou a prostituição em 2002
A Alemanha legalizou a prostituição em 2002, trazendo à formalidade uma indústria que movimenta cerca de 16 bilhões de euros (R$ 52 bilhões) por ano.
Por trás da decisão, havia a intenção de evitar que as prostitutas terminassem nas mãos de cafetões.

Benefícios sociais

A partir da legalização, as profissionais do sexo têm direito à aposentadoria e à saúde pública.
"Agora, me sinto mais segura e tenho maior amparo (por parte do Estado). Depois da lei, não preciso mais sair às ruas para conseguir clientes e corro menos riscos", diz à BBC Hannah, de 22 anos, que chegou a Stuttgart depois de dois anos trabalhando em um bordel de Berlim.
Mas os críticos da legalização afirmam que as novas leis fracassaram, transformando o país no que eles chamam de "o bordel da Europa".
Nos últimos 20 anos, estima-se que o número de prostitutas na Alemanha tenha dobrado. Atualmente, cerca de 400 mil mulheres trabalham como profissionais do sexo no país.
O mercado, por outro lado, é hoje dominado por "megabordéis", onde o sexo é oferecido em escala industrial, normalmente a turistas estrangeiros.
Muitas das mulheres que trabalham no Paradise vêm de países do leste europeu, como Romênia e Bulgária

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