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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

JB NA HISTÓRIA

3 de dezembro de 1959 - Oficiais rebelam-se contra JK

Jornal do Brasil: Sábado, 5 de dezembro de 1959.

A Revolta de Aragarças reuniu oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Exército, além de alguns civis, chefiados pelo major aviador Haroldo Veloso e pelo tenente-coronel João Paulo Moreira Burnier, contra o então presidente da República, Juscelino Kubischek. O estopim, que culminou com o primeiro seqüestro de avião do país, foi o fato de Jânio Quadros recusar-se a concorrer ao cargo de presidente, como candidato apoiado pelos partidos de oposição. Os rebeldes acusavam também o então governador gaúcho Leonel Brizola de liderar uma conspiração comunista no Sul e ameaçavam levar para o "paredão os que tripudiavam sobre a miséria do povo". A intenção era bombardear os palácios das Laranjeiras e do Catete, no Rio, e ocupar as bases de Santarém e Jacareacanga, no Pará.

Os rebeldes seqüestraram quatro aviões e os desviaram para Aragarças. O local fora escolhido porque era um centro de oficiais geograficamente importante e caminho de rotas aéreas. Na visão dos organizadores do protesto, aquele seria um ponto de difusão da luta porque serviria de encontro e ligação de aeronaves vindas do Rio de Janeiro e de outras capitais.

Dois C-47 e um Beechcraft, que decolaram sem permissão da Base Aérea do Galeão, foram desviados para Aragarças (GO). O primeiro tinha Haroldo Veloso como passageiro, que em vôo assumiu a direção da aeronave, e o segundo era comandado por João Paulo Moreira Burnier. O Beechcraft fora seqüestrado em Belo Horizonte pelo major Washington Mascarenhas e era de propriedade particular.

Os três aviões aterrissaram e aguardaram na pista a chegada de um Constelation que fora também seqüestrado em vôo para Belém, pelo major Eber Teixeira Pinto.

O levante não conseguiu adesões. O político Carlos Lacerda, considerado um aliado do movimento, não apoiou os rebeldes e ainda os denunciou ao Ministro da Guerra. Os insurgentes ficaram isolados e a rebelião foi sufocada em apenas 36 horas. Os líderes fugiram de avião para o Paraguai, Bolívia e Argentina, e só retornaram ao Brasil no governo Jânio Quadros.

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