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domingo, 22 de setembro de 2013

Dos antigos festivais de verão a IV Flimar: a cultura renasce em Marechal


CadaMinuto

Por Vanessa Alencar
Cerca de 40 anos separam duas iniciativas culturais que marcaram a história de Marechal Deodoro, no litoral Norte de Alagoas: os festivais de verão realizados nos anos 70 e a Flimar, feira literária criada em 2010 por iniciativa do escritor Carlito Lima, 73, o Velho Capita. Ele conta que os moradores do município nunca esqueceram os antigos festivais, que atraiam populares e artistas, envolvidos pelo clima pacífico de música, literatura e “barato”.
O capita, que é secretário municipal de Cultura, disse que a ideia de criar a Feira Literária de Marechal Deodoro (Flimar), surgiu da junção do apelo popular para que o município voltasse a ser palco de grandes eventos culturais e da experiência dele como participante das feiras literárias já consagradas no País, a exemplo da realizada em Parati, no Rio de Janeiro.
Foi assim que, no chão histórico de Marechal, por onde caminharam de presidente ao poeta Vinícius de Moraes, voltaram a pisar grandes artistas alagoanos, brasileiros e estrangeiros. A partir desta quarta-feira (25), quando começa a IV Flimar, o município recebe mais de 60 escritores – destes, quase metade é de outros estados e quatro de Portugal - para lançamentos, palestras, mesas de debates e oficinas.
Impossível lembrar o público que os festivais de verão levaram para Marechal, mas os números da Flimar ainda estão frescos na memória: contando as três edições passadas, cerca de 120 mil pessoas prestigiaram o evento que, este ano, homenageia os alagoanos Graciliano Ramos, um dos nomes mais importantes da literatura, e o cineasta Cacá Diegues, que conta com 18 filmes no currículo reconhecido internacionalmente.
Programação

A quarta edição da Flimar será aberta às 19h do dia 25 de setembro (quarta-feira), no auditório do Espaço Cultural Santa Maria Magdalena da Alagoa do Sul, no Centro Histórico da cidade, com palestras de abertura sobre Graciliano Ramos (proferida pelo neto, o também escritor Ricardo Ramos Filho) e sobre Cacá Diegues, ministrada pela produtora do cineasta, Renata Magalhães, além de recitais de poesia e apresentações culturais.
Entre os dias 26 e 28, o público poderá acompanhar inúmeras palestras e mesas redondas abordando temas diversos, como “Livro digital: o desafio do novo milênio”, “Graciliano Ramos na visão de Lêdo Ivo”, “Oficina sobre produção de projetos de cultura”, “O turismo cultural”, “O valor econômico da Língua Portuguesa”, e “O Velho Graça – uma biografia de Graciliano Ramos”, com o biógrafo Denis de Moraes.
Além das palestras, o evento reservou uma programação voltada apenas para os pequenos leitores. A “Flimarzinha” será realizada na beira da orla lagunar do município, com contação de histórias e até um passeio de trenzinho para o centro histórico.
No local, os adultos também se encantarão com apresentações de folguedos, corais, teatro de rua, recitais de poesias, desfile de moda rendeira, exposição de artesanato, exibição de filmes e lançamentos de obras literárias. Na programação, constam ainda shows musicais todas as noites; o de encerramento, no dia 28, será com Geraldo Azevedo. Já no dia 27, às 17h, Cacá Diegues será entrevistado ao vivo no Auditório Espaço Cultura, no antigo Iphan.
Carlito Lima lembra que todos os eventos realizados durante a Flimar, que terá a participação de nomes como Cacá Diegues, Ovídio Poli (organizador da Flip), Elizabeth Ramos (doutora em Letras e neta de Graciliano) e Paloma Amado (escritora e filha de Jorge Amado), são gratuitos e sem necessidade de inscrição.
Confissões de um capitão

O idealizador da Flimar lançou sua primeira obra em 2011, aos 61 anos. De lá para cá, aos 73, já publicou mais de 800 crônicas e 18 livros – o mais recente, “Almoçando com Nery na casa do Moreira e mais 41 historinhas” foi lançado na 11ª Flip. Em outubro, Carlito terá o primeiro título, “Confissões de um capitão”, traduzido para espanhol e comercializado na Feira de Frankfurt, na Alemanha.
obre a expectativa para a edição deste ano da feira literária, que acontece entre os dias 25 e 28 deste mês, Carlito é otimista: “A Flimar foi um sucesso inesperado em sua primeira edição e foi evoluindo desde então. Nesta quarta edição, recebemos propostas de agentes e escritores de todo País. Queremos deixar a semente da literatura plantada na cabeça das pessoas”, diz o cronista que, em julho deste ano, ganhou matéria especial intitulada “O conterrâneo de Graciliano Ramos”, em um suplemento do jornal O Globo voltado para a cobertura da 11ª Feira Literária de Parati (Flip), que homenageou o Velho Graça.
"A Flimar já faz parte do circuito nacional de feiras literárias do Ministério da Cultura”, comemora o Capita, citando os apoios culturais da Braskem, Fiea, Sebrae, Petrobras e Banco do Nordeste.
Animado em fazer parte da história? Confira a programação completa nohttp://www.4flimar.blogspot.com.br/. Maiores informações: (82) 9981-0199.
 

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