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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

UM TEXTO DE ALBERTO ROSTAND

VIVER É TÃO FÁCIL QUANTO DIFÍCIL

Alberto Rostand Lanverly
Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e da Academia Maceioense de Letras

                A história retrata momentos da vida humana, quando a única ferramenta disponível para sobreviver foi sua exclusão do segmento social onde vivia.
            Séculos atrás, Deus enviou ao Faraó, pelas mãos de Moisés, dez pragas, visando libertar Israel do julgo Egípcio. A última delas, seria a morte dos primogênitos. Os descendentes de Abrahão, sabedores de que um anjo, ceifador de vidas, passaria pelas ruas da cidade, marcaram as portas de suas casas com uma cruz vermelha. Assim identificados, seriam poupados da ira divina.
            Tempos depois, novamente os judeus, através de braçadeiras, trazendo a Estrela de Davi impressa, foram segregados dos demais habitantes de suas cidades, pelos cruéis nazistas.
            Em ambas as situações, ao menos um segmento da população tinha certeza de que sua integridade física estaria incólume, mesmo com o iminente perigo, rondando a seu derredor.
            Atualmente, todos os alagoanos, sem exceção, sabem que  sua segurança está por um fio, mesmo quando no aconchego de seu próprio lar. São assaltos, crimes banais, através de armas de fogo, atropelamentos e agressões. Vivemos uma época em que todos os seres pensantes, até os bandidos, estão entregues à própria sorte. Cada esquina é uma roleta russa e cada por do sol se transforma numa oportunidade para agradecermos a graça de sermos sobreviventes. A maldade humana atinge níveis somente comparados à certeza da impunidade que os praticantes de atos vís possuem.
Ao longo de minha vida, apesar de, durante toda ela, sempre ter tido as disputas esportivas como companheiras do cotidiano, nunca fui um jogador. Nem de baralho, jogos do azar ou da sorte, muito menos do bicho ou loteria. Contudo, sinto estar chegando a hora, de, quem sabe, seguir os ensinamentos de Nostradamus, famoso por sua suposta capacidade de vidência, ou, até mesmo, dos pais de santo, que, a cada mês de dezembro, fazendo uso de búzios milagrosos, enxergam o futuro com a mesma facilidade com que os políticos se acham semideuses, acima do bem e do mal.
Mesmo sendo noviço na arte de prever, já possuo, em meu caderninho, algumas premonições de fatos que, tenho certeza, acontecerão na Terra dos Marechais, quiçá no Brasil, neste segundo semestre de 2013: Um grupo de prefeitos será detido, por fraudar licitações; faltará luz nos bairros da cidade; os “sem terra” ocuparão a Praça Sinimbú e bloquearão rodovias; as encostas de Bebedouro e da Avenida Pierre Chalita derreterão, feito geléia, enquanto, ao menos uma vez por semana, uma comunidade de bairro interditará vias estruturais da cidade lutando por temas “importantes”, tais como a volta do Topo Gigio à programação da Rede Globo e a Avenida Fernandes Lima apresentará engarrafamentos quilométricos. Queira Deus eu esteja errado, ao prever também o aumento dos índices da Inflação. Uma coisa é certa, não me atrevo a dizer que  Vasco e CSA serão campeões, ou que, os donatários do poder, passarão a agir com decência. Discípulo da máxima que afirma: cada dia com a sua alegria, estou consciente de que viver é tão fácil, quanto difícil é.

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