7 de fevereiro de 1932: Aconteceu em um carnaval

No ano em que acontecia o primeiro desfile de Escolas de Samba na Praça Onze, o Jornal do Brasil recontava um outro carnaval: o de 1858. Naquele ano, houve um alarde no Rio de Janeiro, pois o chefe da polícia, Dr. Izidro Borges Monteiro, deu ordem para que nas três noites carnavalescas os botequins e hotéis fechassem as 10h da noite. A medida, recebida com antipatia pelo povo, visava garantir a ordem na cidade e a segurança de seus moradores. É que um crime abalou a sociedade: o rapto de uma menina rica na porta da escola na Rua da Pedreira da Candelária (atual Bento Lisboa, no Catete). A polícia descobriu que a menina foi levada por um mascate que forjou um casamento, com três cúmplices, para ter posse sobre seus bens. Todos os envolvidos acabaram presos. O caso foi um escândalo. Mas era véspera de carnaval. E com chegada a festa popular, tudo arrefeceu.
Na Praça Tiradentes, onde se localizava a Tipografia de Paulo Ramos de Brito, ponto de encontro de intelectuais e políticos, aconteceu o desfile alegóricos das As Sumidades Carnavalescas e a União Veneziana, pioneiras do Carnaval. E um curioso registro: já naquela época, os carnavalescos serviam-se do bom humor inspirando-se na vida político-econômica do país. A primeira apareceu com uma locomotiva, novidade daquele ano, em menção crítica à inauguração da Estrada de Ferro Pedro II (a Central do Brasil).
A festa se estendeu por vários bailes no centro da cidade: nos salões do Paraízo e nos da Philanterpe, bem como nos teatros Lyrico Fluminense e São Pedro, cuja fama começava a criar raízes.
E durante os três dias, como pretendia o chefe da polícia, a alegria não deu vez a violência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário