CARNAVAL
É COISA SÉRIA
Heloísa
Helena e Carlito Lima pensando no Carnaval 2014
( Foto de Ticianeli)
( Foto de Ticianeli)
MACEIÓ
Acabou-se a maior
manifestação cultural de nosso povo. Acabou-se o direito à alegria, o direito à
fantasia, o direito aos dias de folia que se chama carnaval.
Alegando que turistas ocupam
os hotéis por não ter carnaval, simplesmente extinguiram o carnaval em Maceió.
Inventaram esse argumento esdrúxulo, equivocado, uma violência contra a
população, contrariando o “Estatuto dos Direitos Fundamentais do Homem” em seu
art. VII: “Fica estabelecido que a
alegria seja uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.” Em Maceió cassaram o Rei Momo.
Roubaram a alma do povo.
Durante o último carnaval
fiz uma pesquisa aleatória perguntando a um e outro turista se tinha vindo a
Maceió pelo fato de não haver carnaval na cidade. Todos responderam, vieram
pelas lindas praias, gostariam até de olhar algum movimento do carnaval. O
turista vem à Maceió pela beleza da cidade tenha ou não carnaval. A cidade
deserta, os restaurantes vazios, os ambulantes não venderam sequer para pagar o
gelo.
O carnaval em Maceió começava 15 dias
antes com a Maratona Carnavalesca todas as noites na Rua do Comércio,
orquestras de frevo em cada esquina, o corso com carros abertos, a moçada caía
no passo. Domingo antes do carnaval, o banho de mar à fantasia animado com
blocos de frevo, fantasias, troças e críticas. No sábado de Zé Pereira o belo
desfile das Escolas de Samba. Todas as noites no Comercio o frevo alegrava os
corações dos foliões, as festas nos clubes só terminavam com um mergulho no mar
ao som do Vassourinhas e o sol raiando.
Na verdade, os coveiros do carnaval de Maceió
estão se lixando para o povo. A elite egoísta pensa que Maceió é a Ponta Verde.
Eles brincam o carnaval em suas mansões na Barra de São Miguel, no Recife,
Salvador ou Rio. É de fazer chorar ver nossa bela cidade abandonada pela
população, deserta durante o carnaval, sem blocos de frevos nas ruas, sem
batidas de bombo, ninguém passa mais sorrindo e cantando cantigas de amor.
Fiz
parte de uma reunião do grupo, “Maceió que nós queremos”, tratando do carnaval
como coisa séria, cultura popular. Entre os participantes liderados pelo
sociólogo Edson Bezerra estavam mais de 20 artistas, intelectuais, políticos,
como Heloísa Helena, Ticianeli. Reunião proveitosa o grupo pode contribuir
muito para que o prefeito Rui Palmeira inicie um bom e necessário projeto de
carnaval em Maceió a partir de 2014.
MARECHAL
DEODORO
Na primeira capital das
Alagoas, Marechal Deodoro, o carnaval foi aberto dia 26 de janeiro pelo Bloco
Ninho do Pinto. Com um desfile preliminar sobre as águas da Lagoa Manguaba o
Ninho chegou majestosamente em uma comitiva náutica. Ao desembarcar no Sítio
Histórico, o prefeito Cristiano Matheus entregou a chave da cidade ao Rei Momo.
Iniciou um belo desfile pelas ruas estreitas, bucólicas, enladeirada da cidade
quatro centenária. Três orquestras de frevo da cidade animaram o desfile
retornando para o Cais da Lancha onde a Banda Spock deu um show. Foram oito
horas de animação, de muito frevo, não houve uma briga.
Durante o carnaval estão
previstas para todas as tardes várias bandas em um palco armado no “Largo do
Bem Amado” (aonde foi rodado o filme O Bem Amado) até o final da noite. 40 Blocos de Ruas sairão durante os cinco
dias em diversos bairros e povoado do município. Os turistas brincam, adoram os
blocos. Sem esquecer o Bloco dos Garçons a partir das 17 horas na quarta-feira
de cinzas saindo da praia do Francês. Carnaval é coisa séria.
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