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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

UM TEXTO DE ALBERTO ROSTAND


SANDY – O FURACÃO
Alberto Rostand Lanverly
Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e da Academia Maceioense de Letras
            A inteligência humana é algo incomparável. Existe, até, quem diga ser o “pensamento”, caracterizado como o “maior desastre da humanidade”, sendo, também, sem sombras de dúvidas, a ferramenta mais valorosa, quando se passa a avaliar a importância de sua boa utilidade.
            Tempos atrás, o povo brasileiro se acostumou a aceitar a personagem artística, Sandy, como uma figura angelical, possuidora de voz suave, demonstrando que o sucesso nos palcos e o respeito à privacidade, tinham tudo a ver.
Anos depois, uma marca de cerveja, a tomou como garota propaganda, tentando oferecer aos possíveis consumidores, a ideia de que ingerir “Devassa”, era como ter sempre a seu lado, a virginal Sandy.
Semana que passou, me assustei, quando, pela primeira vez, ouvi em um meio de comunicação que “Sandy estava chegando à costa leste americana, trazendo enormes estragos”.
Imediatamente entendi tratar-se de um desses desastres climático, tão comuns em outras partes do mundo. Ainda jovem, aprendi que os furacões e as tempestades tropicais, sempre que seus ventos atingem uma velocidade de 62 Km/h, são identificados, nominalmente, para poderem ser monitorados. Inicialmente, eram batizados com o nome do “santo do dia”. Santana, por exemplo, que devastou Porto Rico em um final de julho do século passado, foi um deles.
Décadas após, os estudiosos, começaram preparar, cada ano, uma lista para a próxima temporada de “espirros de Deus”, optando por usar nomes de homens e mulheres, mais fáceis de assimilar, causando menos erros. Existe um, para cada letra do alfabeto, repetindo-se a cada seis anos. Qualquer país, ao ser seriamente afetado por um destes inesperados “ataques da natureza”, pode solicitar a retirada, da lista, daquele que o maculou. O último deles foi o Katrina, estrela maior da violenta temporada de estragos ocorridos no ano de 2005. E “Sandy”, realmente, bateu forte no coração do mundo, a cidade de Nova York, causando destruição irreparável, contabilizando perdas materiais e, principalmente, de vidas humanas.
Em termos de Brasil, onde inexistem eventos similares, fica a “advertência”, uma vez que, nos dias atuais, o que mais vemos são catástrofes ambientais causadas pelo próprio homem, deixando um numero cada vez maior de vítimas. Mesmo assim, não conseguimos entender que a natureza pede socorro, não somente pelos peixes que morrem asfixiados na lagoa mundaú, pelas árvores que são cortadas às margens do “catolé”, pelas línguas de esgoto que maltratam a Pajuçara, pelos mangues que são exterminados, nas “Barras” alagoanas, mas, principalmente, pelo fato de precisarmos preservar o que ainda possuímos, para conseguirmos conviver com um futuro melhor.
            Ainda bem que a doce “Sandy”, do Brasil, teoricamente, continua sem causar maiores males à população. Ela não somente canta, mas, sobretudo, encanta. Nunca é pouco, contudo, lembrar que “Ana” foi nome de furacão em 2009, “Alberto” nominou um destes, já no ano de 2012 e “Arthur” deverá ser a estrela de 2014.

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