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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

UM TEXTO DE ALBERTO ROSTAND


TEOREMAS E O COMPORTAMENTO HUMANO
Alberto Rostand Lanverly
Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e da Academia Maceioense de Letras.
            Ao longo de nossas vidas, convivemos com pessoas especiais, ajudando-nos a aprender que, cada dia é de fundamental importância, na concepção dos capítulos que haveremos de escrever, para deixar como legado. Muitas personalidades, com palavras e atos influenciaram nosso comportamento.
            Recordo-me que, ainda  muito jovem, conheci um cidadão com bem mais idade que a minha, cuja inteligência, fazia-me cativo de seus atos: *Eduardo Jorge Silva*, um médico que, apaixonado pela “física”, estudava as estrelas e as “ondas do rádio”. Conhecedor das ciências exatas, conseguia relacionar o cotidiano dos seres racionais, com equações de difícil explicação. Como Radiologista, viveu “muitíssimo” à frente de seu tempo.
            Um determinado dia, Doutor Eduardo me afirmou possuir a certeza de que os “teoremas” da matemática sintetizavam, fielmente, o comportamento dos homens, em sua passagem pela terra. Nunca esqueci aquela afirmação. E hoje, cada vez mais, entendo as razões de meu “diferenciado amigo” no que diz respeito ao inesquecível ponto de vista. Por definição, “teorema” é uma afirmação que pode ser provada como verdadeira, através de hipóteses já demonstradas, transformando-se em “tese”.
Na prática, tal ideia pode ser constatada quando, a cada período eleitoral, inúmeros “candidatos” pleiteiam sentar-se na cadeira do “executivo”. Eles são as “hipóteses”, cujas propostas, após julgadas e aprovadas pelo “eleitor”, transformam-se em “tese”, quando da obtenção da maioria dos votos, sufragados na urna eletrônica.
            Imediatamente após a posse, o “recém-eleito” passa a cultivar novos axiomas, que se apresentam como deflexões às suas decisões. É ai que se inicia a verdadeira “guerra”, quando o homem se esforça para demonstrar, através de “provas”, que sua “tese”, continua válida.
            Com o tempo, novas hipóteses se fortalecem e, julgadas pelo povo, ocupam a predileção da maioria, desbancando quem, por anos, se mantivera no poder. Exemplos não faltam para ratificar tais pensamentos.
            O sonho de qualquer homem seria ser como “Pitágoras e o seu famoso teorema” concebido no ano 500 AC, e desde então, nenhum cientista do mundo, com suas “hipóteses científicas”, conseguiu provar não ser “em qualquer triangulo retângulo, o quadrado da hipotenusa, igual à soma dos quadrados dos catetos”. Se existisse a mínima possibilidade, tal fato haveria ocorrido de há muito.
            E, como quando a “banda passa”, a música enfraquece em nossos ouvidos, não são raros os exemplos de “teses” de outrora que se veem fustigadas por hipóteses, oriundas das mais simples origens.
            Não restam dúvidas: a “matemática e a vida” possuem um sincronismo fantástico, digno de ser respeitado.

* Doutor Eduardo Jorge Silva, foi meu sogro. Uma pessoa do mais alto nível, um verdadeiro “teorema”, com poucas deflexões na história de vida que escreveu.

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