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sábado, 28 de julho de 2012

Da tradição à cultura pop: Londres abre Olimpíadas com sons e cores Festa criada pelo diretor de cinema Danny Boyle privilegia a música britânica, abre espaço para o humor e emociona com Paul McCartney. GLOBO ESPORTE



Globoesporte.com
Londres, tão cosmopolita, com gente de tantas cores, tantos pensamentos sobre tudo, tantas crenças e descrenças, soube ser aquele mosaico que ela própria é, e que as próprias Olimpíadas são, na cerimônia de abertura dos Jogos de 2012. Da arte mais erudita à cultura mais pop, da maior sobriedade à extravagância mais gritante, do drama ao humor, uma festa de quase quatro horas deu boas-vindas ao mundo nesta sexta-feira, no Estádio Olímpico. A apresentação do ex-Beatle Paul McCartney e o acendimento da tocha por um grupo de sete jovens atletas britânicos foram o ponto alto da histórica noite londrina.

Não foi uma cerimônia tão empolgante quanto a de Pequim 2008, mas deixou marcas. A coordenação do evento foi de Danny Boyle, cineasta responsável por filmes como "Trainspoiting" e "Quem quer ser um milionário?". Ele privilegiou a música britânica, aproveitando uma frase tirada de Shakespeare, sobre a "ilha de sons" que receberá as Olimpíadas. A festa teve de tudo: da Rainha Elizabeth II a Harry Potter; de James Bond a Amy Winehouse; de Mr. Bean aos maiores grupos de rock da história.

E, acima de tudo, teve Paul McCartaney. Ele fechou a festa. Emocionou com duas músicas: "Hey, Jude" e "The End". A segunda deixa uma mensagem de paz ao dizer que, no final das contas, o amor que você recebe é o mesmo que você cativa.

De Shakespeare a Mr. Bean

Foi uma mistura. De certa forma, William Shakespeare dividiu palco com Mr. Bean. J.K. Rowling, a escritora de Harry Potter, esteve acompanhada por Bond, James Bond. Beatles, Stones, Queen, The Who, Eric Clapton, Amy Winehouse: chegou a ser sacanagem... Londres fez questão de lembrar ao mundo, e talvez a si própria, o quão gigantesco é seu rastro cultural, quanta história ela tem para contar - e quanta história já contou. Boa parte da cerimônia de abertura foi mais musical, literária e política do que esportiva, como que a sublinhar que as Olimpíadas vão muito além do esporte.Houve momentos de risos e momentos de emoção. Antes mesmo das 17h, atores já interagiam com animais no palco, diante da representação de uma Inglaterra campestre, bucólica. Mas os tempos mudaram, e o centro do Estádio Olímpico também. Conforme o cenário se modificava radicalmente, trocando o verde pelo cinza, as personagens migravam do campo para a cidade. Era a Revolução Industrial, uma marca da Inglaterra. Chaminés surgiram no meio do palco. Tudo virou uma enorme fábrica

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