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sábado, 30 de julho de 2011

JB NA HISTÓRIA 30 DE JULHO

30 de julho de 1986 - Morre Câmara Cascudo, o homem que universalizou a cultura popular do Nordeste

Morre Câmara Cascudo. Jornal do Brasil: Quinta-feira, 31 de julho de 1986.

"Termino com saudades meu trabalho, libertador das erosões destínicas e demais cortesãos da velhice". Câmara Cascudo

Vítima de complicação cardíaca, morreu o potiguar Professor Luis da Câmara Cascudo, 87 anos, na Unidade de Terapia Intensiva da Casa de Saúde São Lucas em Natal, onde estava internado desde a tarde do domingo anterior.

Professor, historiador, folclorista, etnólogo e escritor, autor de 152 obras, em seis décadas de atividade intelectual, construiu uma obra de alcance e repercussão universal, conferindo um novo status às manifestações da cultura popular do Nordeste. Usos e costumes, vestuário, alimentação, folguedos e festas - todos os elementos que definem o modo de ser e viver da gente nordestina - desfilaram nas milhares de páginas dos livros que publicou. Nos últimos anos de vida, a cegueira progressiva e a surdez impediam a continuidade regular da atividade intelectual. Para ler, servia-se de uma lupa. Em entrevistas, todas as perguntas eram apresentadas por escrito, em função de deficiências auditivas.

Cascudo nasceu em 30 de dezembro de 1898, em Natal. E de lá só saiu para pesquisar pelo mundo o que chamava de cultura popular. A grandeza da obra que construiu em prol do desenvolvimento da cultura popular do Brasil teve reconhecimento da opinião pública nas inúmeras condecorações e títulos honoríficos que recebeu ao longo dos anos. Foi autor do Dicionário Folclórico Brasileiro, "que abrange a totalidade do meu país", como costumava repetir. E de títulos como A História da Alimentação do Brasil, aAntologia do Folclore BrasileiroCivilização e Cultura e Made in Africa. Todos os livros de mestre Cascudo são o resultado de sua própria vivência."

Eu aprendi folclore ouvindo o aboio dos vaqueiros. Eu me misturo com as pessoas para aprender alguma coisa. Isso de ver de palanque, não é comigo
".

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