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sábado, 4 de junho de 2011

JB - DIAS 3 E 4 DE JUNHO NA HISTÓRIA

4 de junho de 1994 - A morte surpreendeu o paisagista Burle Marx

Primeira página do Caderno B do Jornal do Brasil: Quarta-feira, 8 de junho de 1994

"A morte surpreendeu
o paisagista Burle Marx
no momento em que
vivia uma difícil
contradição.
Inventor de jardins
num país habituado
à prodigalidade
da natureza,
quanto mais sua obra
recebia homenagens
no exterior,
menos atenção
merecia dos brasileiros.


Talvez porque seu maior sonho remava na direção inversa a uma das mais persistentes tradições nacionais - a da cultura predatória, que se firmou, desde os tempos coloniais, como resposta à generosidade da natureza
".Jornal do Brasil

O paisagista e artista plástico brasileiro, Roberto Burle Marx, 84 anos, morreu no início da madrugada, de insuficiência cardíaca, no sítio em que morava em Guaratiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Alamandras, orquídeas e alpineas, flores de seus jardins, ornaram o ateliê onde foi velado.

Reunindo arte e natureza, suas duas grandes paixões, Burle Marx compôs com Oscar Niemeyer e Lúcio Costa o cerne da estética modernista, definindo o gênio da Arquitetura Moderna Brasileira. No lugar de paredes pesadas, a leveza da estrutura. Nos traços, em vez do caos urbano, a simplicidade funcional das largas avenidas. Ao invés da importação dos modelos de jardins europeus, a exaltação da beleza e da variedade da florística tropical. A concepção desconcertantemente simétrica de seus projetos abstratos era da mesma extração dos traços de Niemeyer e dos espaços de Lúcio Costa. Aspectos essenciais de suas incontáveis criações paisagísticas. Bastaria circular no Rio de Janeiro, onde o artista viveu a maior parte de sua vida, para conhecer a expressão de seu talento na orla da cidade ou na sublimidade ambiental dos Jardins do Aterro do Flamengo. A sua excelência conquistou o mundo, com a realização de projetos em todos os continentes.

Centenário de Burle Marx - Programa De lá pra cá, parceiro CPDoc JB:
  


A incansável busca da plenitude
Pintor, escultor, tapeceiro, desenhista, designer e ceramista, Burle Marx foi ainda escritor, cantor lírico e colecionador de arte. Incondicionalmente dedicado, acreditava que só poderia ser um artista em sua plenitude desenvolvendo suas habilidades em todas as áreas.

E assim construiu o seu legado, plantando a semente da consciência da preservação ecológica, do respeito ao meio ambiente no Brasil, proclamados vastamente no seu trabalho pioneiro e inventivo. Reconhecimento premiado pelas mais respeitadas agremiações internacionais, genialidade injustamente ao relento na valorização nacional.

3 de junho de 1971 - Os 70 anos que José Lins do Rego não chegou a completar

Escritor tipicamente regionalista, José Lins do Rego Cavalcanti nasceu no Engenho Corredor, município de Pilar, na Paraíba no ano de 1901. Estudou em Itabaiana e João pessoa, mas se formou em Direito no Recife. Nomeado promotor em 1925, deixou o cargo e foi para Maceió integrar o grupo de Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Aurélio Buarque e Jorge Lima. A primeira fase literária do escritor, o ciclo da cana-de-açúcar, começa comMenino do engenho (1932) e termina com Usina (1936). Em 1935, mudou-se para o Rio, onde foi cronista em vários jornais e torcedor apaixonado pelo Flamengo. Em 1943, escreveu Fogo morto, considerado seu melhor romance. Membro da Academia brasileira de Letras, morreu no Rio, em 12 de setembro de 1957.

Para ler a matéria na íntegra, clique na imagem:
Os 70 anos de José Lins do Rego.

Leia também:
12 de setembro de 1957 - Fim da infinita agonia - Morreu José Lins do Rêgo

3 de junho de 1974 - A despedida de Golda Meir

Golda Meir deixa a liderança de Israel. Jornal do Brasil: Terça-feira, 4 de junho de 1974.

Pela última vez, Golda Meir presidiu a uma sessão de seu Gabinete. Depois de uma infância sofrida na Rússia e uma adolescência ativa nos EUA, ela foi uma das pioneiras da formação do Estado de Israel, que ajudou a governar como Ministra do Trabalho, do Exterior e finalmente Primeira-Ministra. enquanto o acordo entre sírios e israelenses reanimava as esperanças de uma solução pacífica para o conflito do Oriente Médio, a velha senhora de 77 anos preparava-se para viver num kibbutz, numa trajetória que já fora seguida antes por muitos líderes ilustres, entre eles David Ben Gurion.

Durante os anos em que chefiou os destinos do Estado de Israel, Golda Meir buscou impor-se como uma negociadora dura e respeitada. Desde sua indicação ao cargo, quando foi chamada numa tentativa de estabelecer a concórdia, sofreu todo tipo de objeção teológica contra um chefe de Governo feminino. O que não a impediu de tentar melhorar as posições israelenses no plano exterior e conservar a unidade do Partido internamente. Defendeu uma política mais agressiva de abertura para os novos Estados africanos e a ligação do país com os EUA. Mas não conseguiu fazer nada diante das mudanças que se operaram no mundo árabe, cada vez mais hábil em explorar as contradições internacionais. A Guerra do Yom Kippur, seguida pelo manejo da arma do petróleo, culminou o processo de desgaste dos velhos líderes israelenses. A popularidade de Golda caiu drasticamente, impacto que ela mesmo reconheceu: "Não sou a mesma pessoa que era na época anterior à Guerra do Yom Kippur". Um ano depois, sem surpreender o mundo, apresentou sua demissão, em caráter irrevogável, dadas as críticas à sua atuação no Poder.

Parlamento dá voto de confiança a Rabin
Yitzhak Rabin substituiu Golda Meir no cargo de Primeiro-Ministro de Israel, ao obter a confiança do Parlamento, com 61 votos a favor, 54 contra e cinco abstenções. Rabin foi o primeiro homem público nascido em Israel ocupar cargo tão alto, declararando querer fazer uma paz estável e justa com árabes, mas sem devolver todos os territórios conquistados em 1967. Reiterou a posição israelense de não negociar com os palestinos, rechaçando a dieia de um Estado palestino independente na Cisjordânia.

Leia também:
6 de outubro de 1973 – Começa a Guerra do Yom Kippur
10 de abril de 1974 — Golda Meir renuncia ao cargo
8 de dezembro de 1978 – Morre Golda Meir, a mãe do Estado de Israel

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