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sábado, 2 de abril de 2011

REPÚBLICAS MODERNAS


G1 visitou duas repúblicas em Barão Geraldo, distrito de Campinas.
Quem deixa louça suja na pia toma multa na República Amsterdam.

Vanessa FajardoDo G1, em Campinas
república olimpo (Foto: Vanessa Fajardo/G1)República Olimpo é formada só por mulheres
(Foto: Vanessa Fajardo/G1)
As repúblicas estudantis de Barão Geraldo, distrito de Campinas, têm ‘contador’, rodízio para tirar o lixo de casa, conta bancária, coleção de esmaltes conjunta, multa para quem deixa louça suja na pia, envelope para as notas fiscais das compras coletivas e baladas profissionais que reúnem até 800 convidados. A região é conhecida por abrigar muitos estudantes já que é próxima da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da PUC-Campinas.
G1 visitou duas repúblicas em Barão Geraldo, uma formada por nove meninas, a República Olimpo; outra por dez meninos, a Tangas; e conversou com um morador da Amsterdam que reúne 19 garotos, para saber como é a vida do jovem que dá o primeiro passo rumo à independência.
Cada república tem suas regras, problemas e vantagens, assim como em qualquer lar, porém os estudantes garantem que a imagem do universitário que vira noites e noites em festas, burla o banho, mata aulas e transformam a casa onde mora em uma balada ininterrupta não condiz com a realidade. Pelo menos não entre aqueles que já estão há mais de um ano fora de casa.
república meninos (Foto: Vanessa Fajardo/G1)Da esquerda para direita: Matheus Svolenski, Bruno Correa, Geraldo Sampaio, Douglas Geraldi, Anderson Bravalheri, André Yonenoto e Eliezer Emanuel, o 'contador', agachado (Foto: Vanessa Fajardo/G1)
“Nossa república está envelhecendo, é muito clara a distinção entres os recém-chegados e os demais estudantes. O começo é uma eterna balada, há muitos visitantes, amigos de amigos, depois não”, diz Bruno Correa, de 25 anos, estudante de filosofia e morador da Tanga.
Mestrando em geociências, Geraldo Sampaio, de 23 anos, afirma que a casa não tem espírito festeiro. “Somos várias pessoas morando juntas em perfeita harmonia. Não é como nos filmes.”
Nem tanta harmonia assim. Os meninos contam que já brigaram entre si e que o maior motivo de discussão é a louça suja. “A principal regra para se morar aqui é lavar tudo que usa, mas vira e mexe alguém não respeita”, conta Anderson Bravalheri, de 22 anos, aluno de engenharia elétrica, e um dos moradores mais antigos da Tanga.

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