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segunda-feira, 28 de março de 2011

JB ONLINE - DIA 26 - 27 e 28 DE MARÇO NA HISTÓRIA

28 de março de 1939 - Futebol perde Fausto, a Maravilha Negra

Morre o jogador Fausto, a "Maravilha Negra". Jornal do Brasil, Quarta-feira, 29 de março de 1939.

"Os círculos futebolísticos do Rio estão de luto. Morreu um dos maiores jogadores que já pisaram as canchas cariocas, quiçá do Brasil. Há muitos meses que o estimado e saudoso craque se encontrava em Palmira, em tratamento. E ontem, após o jantar, o célebre center-half foi acometido de uma hemoptise que lhe causou a morte. O leitor já adivinhou que se trata de Fausto, a Maravilha Negra, o homem que foi jogador absoluto em sua posição e que brilhou, não só como campeão na Capital da República, como nos países sul-americanos e europeus, onde jamais lhe foram negados aplausos". Jornal do Brasil

Fausto dos Santos foi um dos primeiros negros no futebol brasileiros. Jogador de meio-campo, nasceu no Maranhão, em 28 de janeiro de 1905. Defendeu Bangu, Vasco, Barcelona, Nacional (Uruguai), Flamengo e Young Fellows (Suiça). Também fez parte da Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1930, no Uruguai. Aliás, foi pelo desempenho neste mundial que ganhou o apelido Maravilha Negra.

27 de março de 1972 - Morre M. C. Escher, o mágico da arte gráfica

Exposição O Mundo de Escher chega ao Rio. Jornal do Brasil: Quarta-feira, 21 de maio de 1980.

Maurits Cornelis Escher morreu no Hospital Hilversum quando ainda não tinha completado 74 anos. Dono de uma saúde desde sempre inspiradora de cuidados, viveu os últimos anos na Holanda, terra natal para onde voltou, depois de percorrer o mundo, criando um legado artístico de tempos e espaços fantásticos, resultado de sua experiência visual.

"Deus não pode existir sem o mal, e desde que se aceite a ideia da existência de Deus, tem-se de aceitar, também, a do mal. É uma questão de equilíbrio. Esta dualidade é a minha vida". M. C. Escher

Com estas palavras, Escher parece ter definido bem o temperamento de homem e artista, explicando os contrastes que sempre caracterizaram seus trabalhos em xilogravuras, litografias, a predileção pelo preto e branco, a dualidade e até um certo antagonimo encontráveis nos títulos de algumas de suas obras, como Dia e Noite e Alto e Baixo.

Reprodução da Obra: A Casa de Escher.


São construções impossíveis, preenchimento regular do plano, explorações do infinito e metamorfoses - padrões geométricos entrecruzados que se transformam gradualmente para formas completamente diferentes. Uma das principais contribuições da obra deste artista está em sua capacidade de gerar imagens com impressionantes efeitos de ilusões de óptica.



Uma de suas técnicas mais fabulosas é a replicação de formas que se entrelaçam a outras repetidas vezes, formando belos padrões geométricos. A partir de uma malha de polígonos, regulares ou não, surgiram figuras de homens, peixes, aves, lagartos, todos envolvidos de tal forma que nenhum poderia mais se mexer. Tudo representado num plano bidimensional.

Destacam-se também os trabalhos do artista que exploram o espaço. Escher brincava com o fato de ter que representar o espaço, que é tridimensional, num plano bidimensional, como a folha de papel. Com isto ele criava figuras impossíveis, representações distorcidas, paradoxos.

Foi assim que a surpreendente obra de Escher conquistou e impressionou uma legião de admiradores, despertando a curiosidade e estimulando sua reflexão.

26 de março de 1977 - 150 anos da morte de Beethoven

150 anos da morte de Beethoven. Jornal do Brasil: Sábado, 26 de março de 1977.

"Há 150 anos, no dia 26 de março de 1827, às 5 horas da tarde, Beethoven morria em Viena. Envelhecido precocemente em seus 56 anos de idade, sua robustez vencida pela ação conjugada da surdez, das dificuldades domésticas e financeiras e da enfermidade mal tratada dos últimos dias, as poucas testemunhas de seus momentos finais dificilmente terão reconhecido nessa última imagem do homem, o arauto da força, da alegria, da vida e da vitória, que sua música tantas vezes registrara, como projeções de seu temperamento forte e de seu espírito indomável.

Beethoven rompeu a barreira, promoveu o acesso do caldeirão fervilhante de seu temperamento tempestuoso ao plano da gestação musical. Pela primeira vez, a face interior do criador se via refletida no espelho sonoro da música não mais como um reflexo acidental e fortuito, mas como uma fatalidade irreversível, assumida como tal e exibida ostensivamente em toda a crueza de sua grandeza terrível. Alegria e tristeza, esperança e desespero, prazer e dor, amor e ódio, céu e inferno, o eu e o cosmos, integrados em suas contradições, como partes da expressão musical e de sua própria estrutura formal.

Os acentos trágicos, patéticos, sofridos, que se contrapo~em, em imagens temáticas, ao encaminhamentos contrastante do humor, da graça, da devoção, extrapolam de sua condição de conteúdo para influir sobre as dimensões da forma, ampliada em seus componentes de tempo e espaço para comportar o acirramento das contendas temáticas, das ideias em conflito, dos conflitos que finalmente se tornam mais importantes do que as próprias ideias que os geraram.

E cada ideia se individualiza, cada tema é um personagem, cada obra adquire uma identidade independente, uma fisionomia própria, esculpida nota a nota, num trabalho lento e penoso, de longa gestação e sucessivas revisões.

Com seu romantismo exacerbado, que rompia pela primeira vez todas as dimensões conhecidas da experiência musical, Beethoven estabelecia o início de uma nova era, que se estende até hoje, numa cadeia infinita de causa e efeito. Mais do que uma obra genial, maior do que seu próprio tempo, ele deixou um legado que é de toda a sua época, tão profundo quanto a Revolução Francesa: com sua morte, ele começava o futuro
".Jornal do Brasil

Para ouvir Beethoven...
Sinfonia nº 5 - primeiro movimento


Sinfonia nº 9 - Ode à Alegria
  

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