PRA QUÊ ESSA PRESSA ? | |
Por Carlito Lima
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Mal você chegou já está de saída, para quê essa pressa toda, 2015 ? Vai correr 100 metros rasos na Olimpíada? Depois que envelhecemos tudo encurta, principalmente o tempo, mal se consegue diferençar o anteontem do hoje, lembra-me os versos de Lêdo Ivo "...Na Barra de São Miguel, diante do mar, só agora aprendi: o dia mais longo do homem dura menos que um relâmpago. O tempo não será mais celebrado entre as constelações. O Céu e a terra vão sumir na cinza desapontada dos amanhãs roubados pela morte. E tudo o que amei se dissolve."
A vida é um relâmpago, dura só um dia, Luzia, e não se leva nada desse mundo. No entanto é preciso cantar e alegrar a cidade... Nada contra você 2015, sou um otimista incurável, que fazer? As descobertas dos roubos, a banalidade da corrupção, a revelação de tenebrosa bandidagem dentro dos podres poderes, fez o brasileiro enxergar uma realidade surpreendente. O país tornou-se dividido, intolerante. Entretanto fez o povo pensar e exigir mudanças nas atitudes, no comportamento, nos costumes. Essas mudanças não são fáceis, até as revoluções armadas como a Francesa, foi preciso tempo para consolidá-la. 2015 mostrou ao povo que o rei está nu. O governo baixa pacote, panacéia econômica, medidas demagógicas, sacrificando o trabalhador, devia olhar o próprio umbigo, diminuir gastos. Nada é projetado a longo prazo, obras de infra estrutura viária, industrial ou agrícola. Tudo é aqui e agora, lucro fácil para empreiteiras. É difícil governar tenho certeza. Alagoas, por exemplo, em 1970 tinha apenas 13.000 funcionários, um Estado enxuto, hoje não de sabe o número, mais de 80 mil. Problema maior é a qualidade da educação, a falta de leitura fez a televisão imbecilizar boa parte da sociedade brasileira. Contudo, continuo um otimista irrecuperável, depois da prisão desses empresários e dos políticos envolvidos na corrupção, depois desses movimentos de rua, a sociedade brasileira vai mudar de postura, inclusive diminuir a cruel distribuição da riqueza, não é possível oito grandes famílias possuam 70% do PIB nacional. Existem dois caminhos, tolerância zero com a corrupção e um projeto de educação e cultura eficiente, atingindo toda população. Monteiro Lobato dizia, um país é feito de homens e livros. Dentro de 20 ou 30 anos o Brasil estará em seu devido lugar se iniciarem essas mudanças concretas em 2016. 2015 me pregou uma peça, fiquei angustiado 20 dias até receber o resultado do exame de biópsia na próstata. Senti um alívio enorme ao ler o resultado negativo. Cansaços, dores e outros achaques são pertinente a um homem de 75 anos. Antigamente um homem de minha idade ficava numa cadeira de balanço esperando a morte chegar. Graças a modernidade da medicina, um idoso tem vida ativa no trabalho, na sociedade e no sexo. Foram importantes as invenções e descobertas da medicina. Em 2015 trabalhei que nem um menino de 40 anos, disse minha geriatra, Dra. Ronny, ela incentiva ao idoso à ocupação intelectual e exercícios físicos. Trabalho muito, faço parte da equipe do Prefeito Cristiano Matheus, nesses últimos sete anos realizamos projetos importantes em Marechal Deodoro. Há que destacar dois projetos, AS SEXTAS CLÁSSICAS, durante a temporada de verão, música clássica, de boa qualidade, concerto em frente ao belíssimo Convento de Santa Maria Madalena, em janeiro de 2016, toda sexta feira à noite, acontecerá a terceira edição. E o projeto maior, 6ª Festa Literária de Marechal Deodoro, VI FLIMAR, hoje considerada nas cinco melhores do país, entre mais de 300, é uma referência cultural do Estado das Alagoas, do Brasil. Já estamos trabalhando no projeto da 7ª FLIMAR, prevista para setembro de 2016. E assim vamos lutando contra o tempo, que não precisava ser tão relâmpago. Poderia ser mais devagar, em marcha lenta. Falando em marcha surgiu novo projeto, o "BLOCO DA NÊGA JUJU", a desfilar no domingo de carnaval, cantando marchinhas de amor de antigos carnavais, aberto ao público, todos convidados. Um ótimo 2016. |
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terça-feira, 29 de dezembro de 2015
HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA
quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA - Carlito Lima
SANGUE E AREIA
Depois de três anos de muito
estudo, privação e ralação, afinal Getúlio terminava o curso na Escola
Preparatória de Cadetes de Fortaleza. Seu destino era a Academia Militar das
Agulhas Negras, onde se formaria oficial do Exército. Naquele ano houve em Fortaleza
uma “Maratona de Matemática”. Getúlio bom na matéria tirou 2º lugar. Ganhou uma
passagem à Europa pela PANAIR.
Ao
chegar em Maceió mostrava a todos a passagem, seu prêmio, sua sonhada viagem à
Europa. O programa de férias era simples como são as coisas boas da vida. Getúlio
acordava cedo, vestia um velho calção de banho, descia para a praia da Avenida.
Futebol, nadar, namorar com Sônia, encerrando o dia com boas noitadas na zona
de Jaraguá.
Certa tarde convidou a namorada para
assistir no Cine São Luiz, “Suplício de uma Saudade”. Depois passearam pela Rua
do Comércio apreciando vitrines das lojas. A Brasileira, A Radiante, Livraria
Ramalho. Na bem ornamentada vitrine da Joalheria Machado destacava-se uma
bonita tiara. Entraram na joalheria. Getúlio colocou a tiara na cabeça de Soninha.
Ficou emocionado com a beleza da namorada. Ao ver o preço, o sonho acabou.
Muito caro para dois jovens ainda dependentes dos pais. A tiara ficou
catalogada nos sonhos impossíveis.
Na véspera de Natal a moçada convergia à festa de rua na Praça da
Faculdade, Praça Afrânio Jorge, no Prado. Getúlio amava assistir os folguedos
natalinos, pastoril, chegança, guerreiro, reisado, o belo folclore de sua
terra. Perto da meia-noite cada qual reunia-se com a família em sua casa para a
distribuição e troca de presentes. Depois da ceia as famílias vizinhas se
reuniam na Avenida da Paz para assistir a missa no coreto.
Getúlio se emocionou quando Sônia
apareceu, linda, exuberante, deslumbrante, cabelos castanhos longos, o sorriso
mostrava a alegria de sua alma. Ele se aproximou, deu-lhe um beijo terno,
entregou-lhe o presente de Natal.
Ao desembrulhar o papel, apareceu uma
linda caixa. Soninha abriu, emudeceu, balbuciou alguma coisa incompreendida. A
emoção lhe deixou atônita ao perceber a cintilante, belíssima tiara. Colocou-a
de imediato na cabeça. Uma rainha. Só
depois ela soube, seu amado havia se sacrificado, vendeu a preciosa passagem para
Europa e comprou aquele belíssimo, desejado e impossível presente. Ela beijou-o,
feliz, radiosa. Mostrava a todos sua belíssima tiara. Qual mulher não fica
louca de felicidade por uma loucura de amor?
Depois da
missa se afastaram, ficaram conversando num banco da Avenida, beijos e carinhos
excitantes. Já eram quase 3 horas da manhã quando Sônia convidou Getúlio para
um passeio na praia, curtir as estrelas, noite escura de lua nova, molhando os
pés, sapatos nos dedos. Certo momento abraçaram-se,
ela devagar sentou-se, tomou-lhe a mão puxando-o. Getúlio sentiu de repente os
lábios no ouvido, escutou a mais bela declaração de amor.
“- Getúlio,
minha vida, eu lhe amo mais que tudo nesse mundo.
Passei essa semana escolhendo um presente para você nesse natal. Foi difícil,
tudo que imaginava, você merecia mais. Na hora de dormir ficava matutando,
escolhendo o melhor presente. Pensei, refleti. Resolvi então lhe dar o que mais
tenho de importante na vida, eu mesma. Nesse natal meu presente é meu corpo,
meu sangue, meu amor. Sei que você me ama, me respeita, também é tarado por
mim. Meu presente sou eu, minha virgindade, minha vida. Quero ser
sua, quero que me possua...”
Abraçaram-se na areia branca. Muitos carinhos, soltaram os desejos
presos, desejos cheios de ternura. O vento soprava em direção ao mar, apenas Yemanjá,
os botos, as carapebas, tainhas, arraias, ouviram os gritos de dor e de gozo de
uma rainha de tiara dourada.
Os
dois ainda estavam deitados, abraçados, quando o Sol apareceu como um Rei.
Despontou no horizonte bem longe uma cabeça vermelha como se fosse uma criança
nascendo. Nuvens brancas tornaram-se laranjas - avermelhada, o mar tremeluziu
de dourado. Uma luminosa e bela amanhã amanheceu, os amantes se levantaram, abraçados,
descalços, felizes, com os sapatos entre os dedos, caminharam, cada qual para
sua casa.
Os raios de
sol iluminaram a praia e a marca rubra de amor nos lençóis de areia branca, sangue
e areia; sangue encarnado impregnado na areia alva e morna. Um dia bonito de
verão surgia; testemunhando uma história de amor. Uma História de Natal.
domingo, 13 de dezembro de 2015
HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA - Carlito Lima
O VOO DO SEU PORTELA
O fato aconteceu na Praia da Avenida da Paz. Apareceu em Maceió um português fazendo demonstrações aéreas com um avião teco-teco. Seu proprietário fazia apresentações em todas as cidades que passava, vivia desse biscate.
O avião de nome Garoto decolava e pousava na Praia da Avenida durante a maré baixa, perto do Sobral, local mais deserto. Suas apresentações eram piruetas, parafusos, folhas secas e outras acrobacias.
Como não podia cobrar dos expectadores que ficavam na praia observando, ele cobrava de quem se arriscava a dar uma voada com ele durante suas peripécias aéreas. Um de cada vez, porque só havia um lugar além do piloto. A cada voo de cinco minutos, o português cobrava cinco mil réis.
Numa tarde bonita e ensolarada de verão, o português fazia magníficas exibições nos céus da Praia da Avenida. O povo assistindo ao espetáculo vibrava com o arrojo do piloto, uma maravilha de exibição.
Entre os candidatos ao voo surgiu seu Portela, figura altamente conhecida na cidade, onde tinha uma loja no Centro, na Rua do Comércio.
Eram aproximadamente quatro da tarde quando chegou sua vez. O português colocou seu Portela na poltrona, prendeu-o com o cinto de segurança, deu-lhe todas as recomendações e assumiu o comando do Garoto.
Taxiou pela beira da praia de areia dura e extensa, tomou velocidade e decolou em direção ao mar. Rapidamente, atingiu a altitude necessária e iniciou as acrobacias aéreas.
Não demorou muito. Após um arrojado “looping”, deu sinal que estava retornando à praia. Os inúmeros expectadores acharam estranho. Por que em tão pouco tempo o Garoto retornava ao solo? Seria alguma complicação mecânica? Alguma pane? O teco-teco estava a perigo? Eram as perguntas que faziam entre eles. Formou-se maior expectativa.
O avião pousou abruptamente e de repente o piloto desembarcou, deixando seu Portela na aeronave.
O lusitano gritava em direção ao povaréu apreensivo que estava plantado na Avenida, perguntava se alguém dispunha de uma capa para emprestar-lhe, pois havia uma situação de emergência.
Quem teria, numa tarde maceioense ensolarada de verão, na beira da praia, uma capa para emprestar a quem quer que seja?
Com a resposta negativa, o português buscou uma alternativa e conseguiu com um pescador, que morava em uma casa de taipa e palha ali próximo, um pedaço de pano, ou melhor, uma rota vela de jangada.
Com o trapo na mão, o piloto retornou correndo à aeronave, ajudou o seu Portela a desembarcar e envolveu-o com o velho molambo, levando-o para um local onde conseguiu meios para que o levassem rapidamente para sua residência. Nessa altura, a moçada perguntava o que teria ocorrido.
Acontece que por onde seu Portela passou, entre o avião até a Avenida, deixou um rastro líquido e escuro na areia branca da praia, juntamente com uma catinga com o fedor de merda insuportável para quem estava mais próximo.
Sem esconder, o nobre piloto português contou a história: Assim que levantaram voo, o seu Portela num grito pediu para descer. Como o piloto já estava preparado para o “looping”, não atendeu aos pedidos e deu aquelas voltas com o teco-teco se curvando no ar, enquanto o acompanhante gritava de medo. Só depois do português ouvir seu Portela gritar que estava todo cagado, ele resolveu aterrizar.
Foi uma gargalhada geral, os comentários e as galhofas espalharam-se entre as pessoas presentes que estavam assistindo ao espetáculo e assim foi se espalhando na Rua do Comércio, em Jaraguá, no Farol, na Ponta Grossa. À noite, Maceió toda já sabia da cagada do seu Portela no avião.
Por vários dias que se seguiram, o comentário era o mesmo, nas escolas, nos bares, nos lares, na zona, nas barbearias, o assunto era a aventura de seu Portela no voo do Garoto.
Os estudantes assumiram a chacota, passavam em frente da lojinha de seu Portela na Rua do Comércio, se divertiam cantando uma modinha que um jovem compôs em alusão à desventura aérea do comerciante. Aliás, muito tocada no carnaval daquele ano:
“Marchinha do seu Portela”
Eu fui alegre
Passear de avião
Para mostrar
Que sou cabra valentão
Mas vejam só,
Que eu não posso andar voando
He He............
Estou me cagando, estou me cagando.
Portela não seja frouxo,
Não coma mais sururu
Quando subir no Garoto
Arroche as pregas do........bolso”.
Seu Portela tinha bom humor e levou também na gozação. Se se importasse com o acontecido, até hoje, em seu túmulo, o povo estaria gozando o seu inesquecível e histórico voo nos céus da Avenida da Paz.
O fato aconteceu na Praia da Avenida da Paz. Apareceu em Maceió um português fazendo demonstrações aéreas com um avião teco-teco. Seu proprietário fazia apresentações em todas as cidades que passava, vivia desse biscate.
O avião de nome Garoto decolava e pousava na Praia da Avenida durante a maré baixa, perto do Sobral, local mais deserto. Suas apresentações eram piruetas, parafusos, folhas secas e outras acrobacias.
Como não podia cobrar dos expectadores que ficavam na praia observando, ele cobrava de quem se arriscava a dar uma voada com ele durante suas peripécias aéreas. Um de cada vez, porque só havia um lugar além do piloto. A cada voo de cinco minutos, o português cobrava cinco mil réis.
Numa tarde bonita e ensolarada de verão, o português fazia magníficas exibições nos céus da Praia da Avenida. O povo assistindo ao espetáculo vibrava com o arrojo do piloto, uma maravilha de exibição.
Entre os candidatos ao voo surgiu seu Portela, figura altamente conhecida na cidade, onde tinha uma loja no Centro, na Rua do Comércio.
Eram aproximadamente quatro da tarde quando chegou sua vez. O português colocou seu Portela na poltrona, prendeu-o com o cinto de segurança, deu-lhe todas as recomendações e assumiu o comando do Garoto.
Taxiou pela beira da praia de areia dura e extensa, tomou velocidade e decolou em direção ao mar. Rapidamente, atingiu a altitude necessária e iniciou as acrobacias aéreas.
Não demorou muito. Após um arrojado “looping”, deu sinal que estava retornando à praia. Os inúmeros expectadores acharam estranho. Por que em tão pouco tempo o Garoto retornava ao solo? Seria alguma complicação mecânica? Alguma pane? O teco-teco estava a perigo? Eram as perguntas que faziam entre eles. Formou-se maior expectativa.
O avião pousou abruptamente e de repente o piloto desembarcou, deixando seu Portela na aeronave.
O lusitano gritava em direção ao povaréu apreensivo que estava plantado na Avenida, perguntava se alguém dispunha de uma capa para emprestar-lhe, pois havia uma situação de emergência.
Quem teria, numa tarde maceioense ensolarada de verão, na beira da praia, uma capa para emprestar a quem quer que seja?
Com a resposta negativa, o português buscou uma alternativa e conseguiu com um pescador, que morava em uma casa de taipa e palha ali próximo, um pedaço de pano, ou melhor, uma rota vela de jangada.
Com o trapo na mão, o piloto retornou correndo à aeronave, ajudou o seu Portela a desembarcar e envolveu-o com o velho molambo, levando-o para um local onde conseguiu meios para que o levassem rapidamente para sua residência. Nessa altura, a moçada perguntava o que teria ocorrido.
Acontece que por onde seu Portela passou, entre o avião até a Avenida, deixou um rastro líquido e escuro na areia branca da praia, juntamente com uma catinga com o fedor de merda insuportável para quem estava mais próximo.
Sem esconder, o nobre piloto português contou a história: Assim que levantaram voo, o seu Portela num grito pediu para descer. Como o piloto já estava preparado para o “looping”, não atendeu aos pedidos e deu aquelas voltas com o teco-teco se curvando no ar, enquanto o acompanhante gritava de medo. Só depois do português ouvir seu Portela gritar que estava todo cagado, ele resolveu aterrizar.
Foi uma gargalhada geral, os comentários e as galhofas espalharam-se entre as pessoas presentes que estavam assistindo ao espetáculo e assim foi se espalhando na Rua do Comércio, em Jaraguá, no Farol, na Ponta Grossa. À noite, Maceió toda já sabia da cagada do seu Portela no avião.
Por vários dias que se seguiram, o comentário era o mesmo, nas escolas, nos bares, nos lares, na zona, nas barbearias, o assunto era a aventura de seu Portela no voo do Garoto.
Os estudantes assumiram a chacota, passavam em frente da lojinha de seu Portela na Rua do Comércio, se divertiam cantando uma modinha que um jovem compôs em alusão à desventura aérea do comerciante. Aliás, muito tocada no carnaval daquele ano:
“Marchinha do seu Portela”
Eu fui alegre
Passear de avião
Para mostrar
Que sou cabra valentão
Mas vejam só,
Que eu não posso andar voando
He He............
Estou me cagando, estou me cagando.
Portela não seja frouxo,
Não coma mais sururu
Quando subir no Garoto
Arroche as pregas do........bolso”.
Seu Portela tinha bom humor e levou também na gozação. Se se importasse com o acontecido, até hoje, em seu túmulo, o povo estaria gozando o seu inesquecível e histórico voo nos céus da Avenida da Paz.
NÃO DEIXEM O CARNAVAL MORRER EM MACEIÓ
PASSE O CARNAVAL NA CIDADE MAIS BONITA DO BRASIL: MACEIÓ.
BRINQUE NO "BLOCO SURURU DA NÊGA"
SAINDO ÀS 16 HORAS DO DIA 7 DE FEVEREIRO ( DOMINGO) DA PRAIA DOS SETE COQUEIROS ATÉ O ALAGOINHA PELA RUA FECHADA ORLA DA PONTA VERDE.
BLOCO ABERTO EM CADÊNCIA DE SERENATA CARNAVALESCA TOCANDO MÚSICAS DOS ANTIGOS CARNAVAIS.
ABERTO A TODOS, NÃO TEM CAMISA, NEM CORDA, NEM ABADÁ, SÓ TEM ALEGRIA DOS CARNAVAIS PERDIDOS.
APANHE A SUA FANTASIA, ALEGRE SEU OLHAR PROFUNDO, A VIDA DURA SÓ UM DIA E NÃO SE LEVA NADA DESSE MUNDO. É O RETORNO DO CARNAVAL DE RUA DE MACEIÓ. É O POVO QUE QUER.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA
DEVANEIO DE UM SETENTÃO
Todo
domingo às 10:30 da manhã inicia o
projeto "Vem Ver a Banda
Tocar" da Polícia Militar de Alagoas enchendo de alegria a praia da Ponta
Verde, belo concerto popular. O povo feliz dança na calçada ao som de músicas
inesquecíveis e à vista de um mar deslumbrante azul turquesa esverdeado. Na Barraca Pedra Virada ouvindo as belas
músicas, alguns amigos, setentões, reúnem-se para relaxada conversa, cerveja
gelada, amendoim torradinho e olhares indiscretos às jovens que vêm e que passam
ao doce balanço a caminho do mar. Proibido falar de saúde, aliás, de doença e atender
celular, a não ser, chamada da esposa. Pode e deve falar mal do governo,
federal, estadual e municipal, e das pessoas (ausentes). São 10 ou 15
participantes da Confraria Barriga Branca. Ao meio dia e meia os celulares
começam a tocar, são as mulheres chamando, de repente não fica um sequer. Como
minha senhora? O que é Barriga Branca?
Respondo, no Ceará é homem mandado, manobrado, pela mulher.
Domingo passado
tomei um taxi perto de minha casa na praia da Jatiúca, há cinco anos fiz um
grande negócio, deixei de dirigir. Enquanto o taxista esperava uma brecha no
trânsito, ao lado, duas jovens de saiote negociavam o aluguel de um carro com
um senhor, de repente o bendito vento nordeste
assoprou forte, os saiotes das meninas alevantaram, elas nem ligaram,
estavam composta com minúsculos biquínis mostrando a belíssima região glútea. Falei
automaticamente para o taxista. "Veja que coisa mais linda!!!!". O
taxista entrando na avenida olhou-me perguntando.
- "Coronel, o senhor ainda gosta disso?"
Ofendido no meu brio masculino, dei informações ao jovem
motorista, um dia ele se lembrará.
-"Antônio, você já ouviu falar em libido? Pois ouça,
é o desejo, a paixão momentânea pelo sexo, a luxuria, o instinto da vida que o
homem ou a mulher nunca perdem. Um jovem
tem uma vida sexual muito ativa, a fabricação de hormônios, o desejo, o tesão,
são mais intensos. Entretanto, o idoso também tem atração e vida sexual normal,
menos ativa, é verdade. Além do mais, a medicina, os cientistas, descobriram,
inventaram, formulas e remédios nos últimos anos prolongando e melhorando a
vida de um homem. Hoje um brasileiro tem uma vida média de 75 anos. Desde a
pílula azul o comportamento sexual dos mais velhos mudou muito, além da pílula,
a imaginação dá um tempero apimentado nas relações. Os saiotes levantados
dessas jovens provocam a libido em qualquer velho. Finalmente, respondo sua
pergunta, ainda gosto sim senhor ."
Antônio parou perto da Barraca Pedra Virada. Me agradeceu
a aula, ficou alegre em saber que o mundo não se acaba aos sessenta anos.
Quando
completei 40 anos, costuma dizer, depois dos sessenta não farei graça para
ninguém, aposentado, minha vida se resumirá em ler e tomar banho de mar. O
destino contrariou minhas previsões, aos 61 anos publiquei meu primeiro livro,
nunca mais parei de escrever, vários livros e uma coluna dominical em jornais e
sites, tenho a obrigação mínima de uma crônica, um conto semanal, o que me da
alta produção literária. Se me pedissem para de escrever 800 pequenos contos, eu diria que
o cidadão estava louco. Hoje ultrapassei esse número, 800 contos, crônicas,
editados em jornais e sites do Brasil. Aos 75 anos, sou Secretário de Cultura
da belíssima cidade histórica de Marechal Deodoro, com apoio do Prefeito tenho
feito um trabalho dignificante para cultura alagoana. Este idoso senil está
trabalhando mais que quando tinha 40 anos.
Afinal nossa geração, pós Segunda Guerra Mundial, fez a
Revolução do Mundo Moderno, a Revolução Sexual, a Revolução Feminista, a
Revolução Cultural, vide a Bossa Nova, o Cinema Novo. Essa geração lutou e
ainda luta abertamente, estoicamente contra
preconceitos e injustiças sociais . Sempre à favor da Liberdade. Tenho maior
orgulho em passar dos setentas trabalhando, mas, na verdade, a libido deveria
funcionar um pouquinho melhor, é injusto o que a natureza faz com os
velhinhos..