segunda-feira, 4 de maio de 2015

DEU NO JORNAL DA BESTA FUBANA - UM TEXTO DE CARLOS BRICKMANN

OUTONO QUENTE

carlos brickmann
Empreiteiro preso, empreiteiro solto, manifestação reprimida com violência, Renan brigando com Temer e Eduardo Cunha? Isso só é crise para os fracos: crise mesmo, pesada, é a que este mês promete – e já no primeiro dia a presidente, que não quis falar na TV para poupar-se de um panelaço, tomou um buzinaço para protestar contra seu silêncio. Mas os problemas são maiores que qualquer discurso de Dilma (ou falta de discurso, que no caso dela é a mesma coisa).
1 – A CPI da Petrobras pediu à empresa a gravação das reuniões do Conselho de Administração que trataram da compra da refinaria de Pasadena e da construção da refinaria Abreu e Lima. Informa a Petrobras que apagou as gravações. Se é para apagar, por que gravar? E justo as reuniões que Dilma comandava? A CPI estuda pedir à Polícia Federal uma operação de busca e apreensão na Petrobras.
2 – O Ministério Público Federal, informa a revista Época, investiga o relacionamento entre Lula, Odebrecht e obras no Exterior financiadas pelo BNDES. Não foi divulgado nenhum indício de crime – mas por que o Ministério Público Federal abriria investigação, se não houvesse qualquer tipo de suspeita?
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3 – Há quem pense que, com a libertação dos empresários (presos efetivamente há tempo demais para quem nem foi julgado), a Lava-Jato perdeu o ímpeto. Mas há muito a investigar – inclusive o que foi dito, mas ainda não confirmado, nas delações premiadas. A partir daí abrem-se novas investigações – que ocorrerão. Aliás, o juiz Moro virou ídolo.
Se um dia quiser ser candidato, será forte.
A força dos números
Pedro Pedrossian Neto, leitor desta coluna, fez algumas contas interessantíssimas sobre o tamanho da ladroeira do Petrolão. Os R$ 6,2 bilhões oficialmente desviados da Petrobras, em notas de R$ 100, enfileiradas, formariam uma trilha do Oiapoque ao Chuí, ida e volta. Os R$ 21,6 bilhões de prejuízo da Petrobras em 2014 iriam de Ushuaia, na Patagônia, extremo Sul da América, até Anchorage, no Alasca, no extremo Norte, e voltariam; e, saindo mais uma vez de Ushuaia, chegariam à metade da distância até Anchorage. Isso ainda é pouco: os R$ 44,3 bilhões de baixa contábil (projetos que custaram caro e não deram certo) dariam uma volta e meia na Terra.
Nossos governantes, claro, não sabiam de nada.
Mais número
José Casado, excelente repórter de O Globo, se dedicou ao balanço da gestão de José Sérgio Gabrielli na Presidência da Petrobras. Em sua gestão, a Petrobras perdeu R$ 17,4 milhões por dia, R$ 726.400 por hora. Em cada real registrado como perda no balanço da Petrobras, 87 centavos cabem ao período de Gabrielli.
Comparando: os prejuízos da era Gabrielli na Petrobras equivalem à soma da receita anual da GM, Mercedes-Benz e Honda; superam os monumentais, gigantescos, piramidais lucros de Bradesco e Itaú – somados – em 2014. Metade de sua diretoria é investigada por corrupção e lavagem de dinheiro no Brasil, EUA, Holanda e Suíça.
E como é que Gabrielli foi parar na Petrobras? Simples: era militante do PT. E obedecia sem discutir às ordens da então ministra Dilma.
JSG

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